Olá
Leitores!
Quando
minha irmã, sutilmente, passou para as minhas mãos este livro. Ela disse meio
que ressabiada: - Leia, você irá adorar! Mais velha que eu, uns três anos,
minha irmã tem pleno conhecimento do meu medo por histórias de terror. Guardei
na prateleira da minha casa e passei longos dois meses sem coragem de abri-lo.
Até que em uma tarde, respirei fundo e avancei para o primeiro conto, porém
algo me fez voltar para o prefácio, percebi que ali havia informações valiosas
para entender toda a construção desta obra, e já me encantei ali mesmo,
naquelas duas páginas que mais eram um prelúdio avisando o que iria ter pela
frente. O
VILAREJO.
O VILAREJO é apresentado como um lugar morto, fora do mapa, e a única evidência dessa possível existência, são os
registros das histórias grafadas em uma língua quase extinta, salvo à tradução
por um dicionário cimério-italiano que permitiu uma interpretação sem
linearidade, mas cheias de mistérios.
Baseado nos sete pecados capitais, o livro se divide em sete contos que levam como
título os nomes de sete demônios.
Esse
visitante é bem perspicaz, quase não se percebe sua presença, já que se
disfarça de sete maneiras na tentativa brilhante de aproveitar da fragilidade
humana.
Devido
à escassez de alimento e ao soterramento do povoado, o que provoca um
isolamento em relação ao resto mundo, os habitantes do vilarejo caem em uma aflição que
progredi à medida que o frio aumenta acompanhada de uma fome que não passa.
Nessa condição vulnerável, eles são dominados por uma desagradável sensação de
loucura.
Apesar
de o livro ser classificado como do gênero do terror, é possível sentir catarse
com a irracionalidade que atinge os seres humanos, o que os levam a praticar
atos inconscientes, como se carregassem um karma por deveras indesejável.
Cada
personagem carrega um segredo a sete chaves. E nesse ambiente macabro, coisas
estranhas acontecem. Confinados em si mesmos, aguardam silenciosamente a
degradação do Vilarejo.
“O gênio, o crime e a loucura, provêm, por igual, de uma
anormalidade; representa de diferentes maneiras, uma inadaptabilidade ao meio”.
Fernando Pessoa
Fica aí a dica para quem aprecia e acredita em nossos autores nacionais.
Publicações de Raphael Montes: O Vilarejo, Jantar Secreto, Dias Perfeitos e Suicidas.
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