sexta-feira, 6 de julho de 2018

Resenha do livro O VILAREJO por Raphael Montes

Resultado de imagem para o vilarejo
Olá Leitores!
Quando minha irmã, sutilmente, passou para as minhas mãos este livro. Ela disse meio que ressabiada: - Leia, você irá adorar! Mais velha que eu, uns três anos, minha irmã tem pleno conhecimento do meu medo por histórias de terror. Guardei na prateleira da minha casa e passei longos dois meses sem coragem de abri-lo. Até que em uma tarde, respirei fundo e avancei para o primeiro conto, porém algo me fez voltar para o prefácio, percebi que ali havia informações valiosas para entender toda a construção desta obra, e já me encantei ali mesmo, naquelas duas páginas que mais eram um prelúdio avisando o que iria ter pela frente. O VILAREJO.

            O VILAREJO é apresentado como um lugar morto, fora do mapa, e a única evidência dessa possível existência, são os registros das histórias grafadas em uma língua quase extinta, salvo à tradução por um dicionário cimério-italiano que permitiu uma interpretação sem linearidade, mas cheias de mistérios.
            Baseado nos sete pecados capitais, o livro se divide em sete contos que levam como título os nomes de sete demônios.
            Esse visitante é bem perspicaz, quase não se percebe sua presença, já que se disfarça de sete maneiras na tentativa brilhante de aproveitar da fragilidade humana.
            Devido à escassez de alimento e ao soterramento do povoado, o que provoca um isolamento em relação ao resto mundo, os habitantes do vilarejo caem em uma aflição que progredi à medida que o frio aumenta acompanhada de uma fome que não passa. Nessa condição vulnerável, eles são dominados por uma desagradável sensação de loucura.
          
           Adotando uma narrativa fragmentada, saltam aos olhos do leitor, atitudes outrora praticadas pelas personagens antes mesmo de sofrerem esse exílio. Será isso a causa dessa dominação do mal?
                  Apesar de o livro ser classificado como do gênero do terror, é possível sentir catarse com a irracionalidade que atinge os seres humanos, o que os levam a praticar atos inconscientes, como se carregassem um karma por deveras indesejável.
           Cada personagem carrega um segredo a sete chaves. E nesse ambiente macabro, coisas estranhas acontecem. Confinados em si mesmos, aguardam silenciosamente a degradação do Vilarejo.

“O gênio, o crime e a loucura, provêm, por igual, de uma anormalidade; representa de diferentes maneiras, uma inadaptabilidade ao meio”.
Fernando Pessoa

Fica aí a dica para quem aprecia e acredita em nossos autores nacionais.

Publicações de Raphael Montes: O Vilarejo, Jantar Secreto, Dias Perfeitos e Suicidas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Copyright © 2014 | Design e C�digo: Sanyt Design | Tema: Viagem - Blogger | Uso pessoal • voltar ao topo